Honra e Gloria aos que tão novos lá deixaram a vida. Foram pela C.C. S.-Manuel Domingos Silva!C.Caç. -1558- - Antonio Almeida Fernandes- Alberto Freitas - Higino Vieira Cunha-José Vieira Martins - Manuel António Segundo Leão-C.Caç-1559-Antonio Conceição Alves (Cartaxo) -C.Caç-1560-Manuel A. Oliveira Marques- Fernando Silva Fernandes-José Paiva Simões-Carlos Alberto Silva Morais- Luis Antonio A. Ambar!~

O BATALHÃO CAÇ.1891 CUMPRIMENTA EFUZISAMENTE TODOS OS QUE NOS VISITAM ..DESEJANDO A TODOS UM BOM ANO DE 2021!


José do Rosário...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

“ EIS PRECISAMENTE COMO SE ESCREVE A HISTÓRIA”

Por: Fernando Marques Oliveira
CCAÇ 1560

Assim se iniciou a alocução proferida a 21 de Janeiro de 1968, aquando da inauguração do monumento alusivo à passagem por Maniamba da CCAÇ 1560.
Naquele tempo, fomos cimentando a ideia de que algum marco deveria ficar no quartel para que, desta forma, se perpetuasse a passagem da 1560 por terras de MANIAMBA.
Foi então que nos ocorreu a construção dum singelo, mas significativo, monumento que marcasse não só “os momentos de alegrias, onde éramos assaltados pelas saudades dos ente queridos”, mas também “ os de muita amargura e tristeza, aqueles em que vimos cair em combate alguns dos nossos camaradas”.
Rebuscando no nosso baú de recordações, conseguimos encontrar duas significativas fotografias que nos ajudarão a explicar, mais claramente, a sua simbologia.
Assim o monumento (1º Foto), para cuja concepção muito contribuíram o médico da companhia, Dr. Licínio Poças e o Alferes Pedro Salazar, assenta numa Cruz de Cristo feita em capim e pedra tendo a cercá-la uma vedação de pilares de madeira com corrente de ferro. O pedestal, é constituído por um tronco de pirâmide, tendo numa face a inscrição BCAÇ 1891, noutra CCAÇ 1560, noutra, ainda, a expressão com que se inicia a alocução, finalmente, na quarta face o nome de todos os camaradas caídos em combate (2ª Foto). Sobre o pedestal, assentam as mãos em oração tendo-lhe sido cravado entre o polegar e os restantes dedos unidos, um espigão encimado com a Cruz de Cristo.
Na inauguração, presidida pelo Comandante do Batalhão Tenente-Coronel José Rodrigues Maria da Matta, formaram as tropas em parada.
Lembrámo-nos de narrar este facto, ocorrido em 1967, por entender-mos que ele é, seguramente UM POUCO DE HISTÓRIA DA GRANDE HISTÓRIA “ escrita” pela Companhia 1560 por terras de Moçambique.
Gostaríamos, muito sinceramente, de um dia voltar a Maniamba para recordar os tempos que lá passámos.


NOTA: Em itálico excertos da alocução proferida na inauguração do Monumento

Texto transcrito da Revista nº5 “O Batalhão” de 1999



“ EIS PRECISAMENTE COMO SE ESCREVEU A HISTÓRIA”


Em Setembro de 2004, um grupo de companheiros foi em romagem de saudade a Moçambique. E o sonho do Fernando Oliveira e de outros companheiros foi concretizado.

Naquele dia a alvorada em Lichinga (Vila Cabral), aconteceu bem cedo, pois a jornada antevia-se activa às muitas visitas agendadas aos antigos aquartelamentos, localizados o corredor de Metangula.
Previam-se tabém várias emoções por parte de alguns companheiros, aquando da passagem por certos lugares.
A primeira de uma delas, foi quando parámos junto ao RIO LUALECI para prestar uma simbólica, mas sentida homenagem a três camaradas da CCAÇ 1560 que faleceram a 28 de Fevereiro de 1967 ( Ver no Blog a crónica de Germano Rio Tinto “TODOS FOMOS PORTUGAL”, em consequência do accionamento de duas minas anti-carro quando ali se deslocaram para verificar a segurança da ponte.
O Fernando Oliveira, na foto de camisa branca, foi um dos, então, se deslocou ao local para prestar auxílio aos camaradas sinistrados.

Nas Fotos obtidas em Maniamba em 2004, pode-se ver o Fernando Oliveira a conversar com o “Mainato” do Alf. Âmbar, morto em combate em 1967 naquela região. Na outra foto, o Manuel Pedro Dias junto ao Monumento de homenagem aos falecidos da CCAÇ 1560.

2 comentários:

  1. Estive em Metangula durante todo o ano de 1967. Pertencia à Companhia Nº 8 de Fuzileiros que fazia guarnição à Base da Marinha.
    Durante esse período conheci um rapaz do Exército, condutor, conhecido pela alcunha de Zé Gato, pertencente a uma Companhia que estava acampada a norte do muro que delimitava a nossa base.
    Numa das frequentes saídas ao volante da sua Berliet foi ferido com 5 tiros e evacuado para Vila Cabral. Nunca mais o vi nem ouvi falar dele até hoje.
    Sabe se, por acaso, pertencia a uma das companhias do vosso batalhão? E o que lhe aconteceu depois de ficar ferido? A notícia que chegou até nós, em Metangula, foi de que ele não tinha morrido daqueles ferimentos.

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  2. Sou testemunha da verdade sobre o que se tem dito sobre Meandica.
    Em condições desumanas em que viviam os homens para ali destacados.
    Dormiam em buracos cavados no solo
    cobertos com chapas e terra por cima iluminados com lamparinas feitas de latas e outros materiais de ocasião que queimavam gasóleo,e deitavam uma fumarada e cheiro insuportavél.Se bem me lembro o único espaço com parede em tejolo
    era o chamado posto médico e despensa. com a cozinha encostada.
    Assisti a cenas macabras no abastecimento de géneros por falta
    de segurança as velhas passarolas não aterravam, então sobrevoavam a pista e deitavam ao chão os sacos
    espalhando-se carnes, pão, arroz enfim, tudo pelo chão. Passei duas vezes por Meandica logo na primeira comentava com os meus companheiros,que fazem estes homens aqui?Que guardam eles?O que podem fazer para impedir o avanço dos freles?nada claro.Não me lembro de datas sei que foi em 1967/68 a ultima vez pernoitamos em Meandica, eu dormi numa gaurita
    no meu colchão pneumático quando chegou a hora da partida não me segurava em pé tinha apanhado o famoso paludismo, fui levado para o posto médico onde fui tratado e lá dormia mais o enfermeiro que foi fantástico com poucos recursos
    fez o melhor que podia, gostava de o encontrar e dar-lhe um grande abraço.Ficou combinado com o meu pessoal mandar um hélio buscar-me
    ao outro dia,pois acabei por ficar
    7 dias, mas como o ditado, o mal de uns é o bem de outros.No meu sétimo dia da-se a rendição do pelotão por outro que vinha julgo que de Nova Coimbra, ou Lunho o pelotão que foi rendido a poucos Kns dali rebentou uma mina e teve alguns feridos e voltaram para traz para serem transportados por hélio para Vila Cabral.O piloto do hélio era o cap.Grilo quando aterrou perguntou-me o que fazia ali contei-lhe e na ultima viagem fui com ele.Só quem conheceu Meandica reconhece o poder de resistência e sofrimento dos homens que lá estiveram.
    Não sei nomes,não sei datas, não sei de que batalhão seria o 1891?

    Um grande abraço
    Francisco Tiago

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