Honra e Gloria aos que tão novos lá deixaram a vida. Foram pela C.C. S.-Manuel Domingos Silva!C.Caç. -1558- - Antonio Almeida Fernandes- Alberto Freitas - Higino Vieira Cunha-José Vieira Martins - Manuel António Segundo Leão-C.Caç-1559-Antonio Conceição Alves (Cartaxo) -C.Caç-1560-Manuel A. Oliveira Marques- Fernando Silva Fernandes-José Paiva Simões-Carlos Alberto Silva Morais- Luis Antonio A. Ambar!~

O BATALHÃO CAÇ.1891 CUMPRIMENTA EFUZISAMENTE TODOS OS QUE NOS VISITAM ..DESEJANDO A TODOS UM BOM ANO DE 2021!


José do Rosário...

segunda-feira, 16 de março de 2015

NÓ GÓRDIO. A VERSÃO DE QUEM LÁ ESTEVE

         Operação "NÓ GÓRDIO"

                                                          Texto de:
                                              Serafim Pereira
                                         1º Cabo da 18ªCCMDS 

Antes da partida do pessoal combatente, para esta operação, foi lida em furmatura geral uma exortação do Comandante-Chefe, General Kaúlza de Arriaga, para todas as forças empenhadas na mesma. Por todos, foi recebida com agrado, e em todos os olhares se via a certeza de que não iriamos negar parcela alguma do esforço que nos era solicitado.
General Kaúlza de Arriaga a dar início à operação Nó Górdio

A 4 de Julho de 1970,
 A 18ª CCMDS foi auto transportados atingimos a região do GOLÉ, fazendo a partir daí uma progressão apeada.
A nossa missão inicial, consistia em montar emboscadas durante vários dias na região LESTE do RIO MUERE. Foram abatidos naquela zona 4 elementos IN armados com granadas e ferido um outro que conseguiu por-se em fuga.
Em virtude de haver dificuldades na localização da base IN " BATALHÃO DE ARTILHARIA GUNGUNHANA" que era o objectivo principal do Agrupamento "IA" e um dos mais importantes a ocupar pelas NT, durante esta operação, foram-nos dadas ordens pelo P.C.V. no dia 6, para tentarmos assaltá-la , visto dispormos ao que parecia o único guia capaz de localizá-la.

No dia 7 de Julho 1970


Pelas 08h00 eliminámos com dois tiros, o sentinela, que se encontrava em cima de uma árvore. Foi a nossa sorte. Cerca da 08h30, entrámos na base sem termos encontrado qualquer resistência. Entrámos naquela que era considerada uma das mais importantes bases inimigas em território Nacional - O BATA LHÃO DE ARTILHARIA GUNGUNHANA.
Material de guerra capturado ao IN
Enquanto uns Grupos mantinham a segurança à base, outros começaram a efectuar patrulhamentos à sua volta, não só para garantirem uma segurança apertada, mas também para procurarem prováveis depósitos de material de guerra. 
Como a base era muito grande e não dispunha  a nossa Companhia de pessoal para todas estas operações, veio em nosso reforço neste dia às 16h00 a 1ªCCMDS de Moçambique

No dia 8 de Julho de 1970 


Continuámos as buscas, tendo o 1º Grupo pelas 08h00 descoberto o primeiro depósito de material. A partir de então, mais depósitos foram descobertos, tendo sido chamado a olaborar a 21ª CCMDS e os GE que também encontraram muito material enquanto a nossa companhia a 18ª CCMDS fazia segurançã à base.


 Parte do material de Guerra apreendido pela 
18ª CCMDS na Operação NÓ Górdio

 No dia 9 de Julho de 1970 

A continuaram os patrulhamentos e pelas 19h00, a base foi atacada com 14 granadas de morteiro, tendo as primeiras atingindo o interior da mesma e feito 6 feridos ligeiros nas NT.

No dia 10 de Julho de 1970,

Recebemos ordens para nos deslocarmos para o estacionamento, no sítio da CUVAVA, a cerca de 1,5 Kms da base, onde entretanto fora montado o comando do Agrupamento "IA". Após curto repouso , partimos no 12 de Julho de 1970  para MUEDA, tendo uma viatura accionado uma mina, já no itenerário MUEDA - MITEDA, entre os PA 14 e 13, que nos causou 6 mortos, sendo 4 deles Mainatos.Feridos foram 7 nas NT e 1 Mainato. Foram todos imediatamente evacuados.
A mina, que rebentou nas rodas traseiras, destruiu 
completamente a carroçaria lançando alguns dos seus destroços a dezenas de metros. A cratera aberta, atravessava a picada de lado a lado e, tinha a sua maior profundidade, 2 metros.
Assistência a um ferido
Baixas sofridas:

Mortos:

Soldados CMDS: Manuel Lima Gomes
Mário da Silva Melo
Mainatos: Assido---António---Leonardo---Pervane

Feridos

Fur. Milº CMD Domingos Branco da Silva
1º Cabo CMD Francisco Antero Pires Fernandes
Soldado CMD José António Marques Liceia
Soldado CMD Nelson Ferreira Ribeiro
Soldado CMD António Álvaro De Oliveira
1º Cabo da CCaç de Mocímboa da Praia Victor Manuel Martins  Lino  
Mainato Afonso

No dia 17 de Julho de 1970, regressámos de novo ao Agrupamento "IA", tendo durante os dias 18, 19 e 20 feito emboscadas nos trilhos de acesso à picada recentemente aberta, a fim de evitar que o IN colocasse minas nesse itinerário  Um IN ficou ferido. Fizeram-se ainda vários patrulhamentos para ser garantida a segurança próxima do estacionamento.

No dia 21 de Julho de 1974, voltámos a MUEDA sendo no dia 22 integrados nas forças do "Objectivo C "


Resumo dos Resultados


Nas NT. : 2 Militares mortos---- 4 Mainatos Mortos---

 Feridos: 6 Militares e 1 Mainato

No IN. : 4 Mortos confirmados e 2 Feridos

Material capturado no"Objectivo C"


Se estiver interessado poderá ler outro artigo com o titulo :
Operação Górdio - clic aqui

Devemos referir o entusiasmo e dedicação e boa vontade postos nesta operação, por todos os elementos da 18ª CCMDS.
No dia 22 de Julho de 1970 partimos de MUEDA e fomos mal recebidos em NANGOLOLO, onde estivemos sem sem barracas e sem uma única manta. Passámos muitos dias a comer ração de combate, tndo cada militar sido obrigado a transportar 7 rações para 7 dias previstos para embocadas e 4 dias consecutivos estivemos sem pão. Vez alguma porém os nossos homens esboçaram qualquer murmúrio de protesto procurando antes e em todos os momentos dar o máximo de si próprios .
A nossa Companhia, bem como todas as outras pertencentes ao "Agrupamento IA" foram louvadas por Sua Exçª o General Comandante Chefe das Forças Armadas de Moçambique, Generaal Kaúlza de Arriaga

 Como já atrá afirmámos, no dia 22 de Julho de 1970, saímos de MUEDA ao "objectivo C"que havia anteriormente localizada e destruída pelas NT, a base In denominada "NAMPULA"
Durante a nossa deslocação auto para o local, foram detectadas e destruídas 3 minas anti-carro, 2 fornilhos e 6 minas anti-pessoal. Chegámos no dia 24, ao local onde estava instalado o "Agrupamento IC"
No dia 25 de Julho de 1970, com a missão de garantir a segurança dos trabalhos da CEngª , demos início a uma operação em 5 fases.
1ª Fase: Teve início no dia 25 e terminou em 27 de Julho. Estandoa CEngª a abrir uma picada para o CHINDERILHO partindo da picada que deu acesso à BASE MUERA (Ex. NAMPULA), deslocando-nos para aquela zona a fim de nomadizarmos na área da nova picada a abrir. Tendo o IN, atacado atacado no dia 24, a CEngª e a companhia responsável pela sua protecção durante a abertura do itenerário, pediunos o Comandante daquela que com le colaborássemos, a fim de poder garantir uma segurança mais eficiente.
Dos Grupos de Comandos da 18ª Companhia passaram então a manobrar à frente das máquinas enquanto a outra Companhia fazia a segurança lateral e rectaguarda.
Fomos emboscados por um grupo IN, estimado em 10 elementos, tendo sido gravemente ferido com um tiro na cabeça, o soldado CMD José Ramos Alípio, que mais tarde faleceu no Hospital de LOURENÇO MARQUES.
No dia 26 de Julho de 1970, em virtude dos trabalhos estarem parados, devido a avarias nas máquinas, nomadizámos a zona até junto à picada MUEDA-SAGAL, sem contactos com o inimigo.
2ª Fase:início a 27 e final em 28 de Julho. Foi-nos dada  a missão de procurar o destacamento da base IN "NAMPULA", a localidade de "DIANCAR" e o círculo "PINCHI". Pela localização dada, foram efectivamente encontrados os destacamentos da base "NAMPULA"e o círculo de "PINCHI", embora abandonados.
Foram destruídas cerca de 30 palhotas e um celeiro com cerca de 1 tonelada de milho e amendoim.
Percorremos com vários, tendo numa emboscada abatido 2 elementos IN e ferido 1 outro. Foram capturados 1 arma de repetição, 1 mina anti-carro 2 minas anti-pessoal.
3ª Fase: início a 29 e termina a 30 de Julho. Continuamos com os patrulhamentos tedentes a garantir uma segurança afecta aos trabalhos da Engenharia. Percorremos os trilhos, conjugando a acção com emboscadas, tendo numa delas, abatido um elemento IN armado e capturado a sua arma semi-automática e uma granada de mão ofensiva.
Foram destruídas 35 palhotas e 2 celeiros de milho com cerca de 2 toneladas.


Reabastecimento das NT, num acampamento
4ª Fase: teve início em 31 de Julho e final a 1 de Agosto. As nossas forças, deram protecção aos trabalhos da CEngª desta vez na abertura do itenerário entre a picada do "OBJECTIVO C" (BASE MUERA) e à picada do "OBJECTIVO A", Base GUNGUNHANA prolongamento da picada já aberta até ao CHINDERILHO.
Não houve contacto com o IN
5ª Fase: Início e final em em 2 de Agosto de 1970. Terminados os trabalhos da CEngª saíram 2 Grupos da 18 CCMDS a fim de efectuarem a segurança oa itenerário para a "BASE MUERA", para onde aquelas forças se deslocaram.
Não houve contacto com o IN
Ainda em 2 de Agosto, a 18ª CCMDS regressou a MUEDA sem incidentes durante todo o percurso da picada.
Tal como aconteceu no "AGRUPANTO IA", também no "IC" a 18ª CCMDS foi louvada pelo CMDT das Forças Armadas de Moçambique, General Kaúlza de Arriaga.
Partimos de MUEDA, no dia 4 de Agosto de 1970 tendo chegado de madrugada no dia 5 a Montepuez com o dever cumprido.


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